quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Where is the Marijuana?


Genética. Só pode ser isso. E, no meu caso, acho que a carga genética vem dos dois lados.

Fatos:

  • Se há 100 pessoas andando na rua – entre elas meu pai – e aparece um bêbado, adivinha em quem ele vai direto??? No meu pai!

  • Já com a minha mãe a história é diferente. Se ela entra no banco e parar por 1 minuto na fila, a velhinha (ou velhinho) ao seu lado vai contar sobre toda a vida dela, mostrar fotos da família, falar da última cirurgia, sobre o bairro, o time que torce, remédios para unha encravada e por aí vai.

Talvez, se eu fosse menos preguiçoso, descobriria que isso já acontecia com meus antepassados. O pessoal da Itália, provavelmente, há muitos anos atrás, ao andar pela rua era parado por algum menestrel, que cismava em cantar os feitos das guerreiras anãs lésbicas do norte, na batalha contras as sangrentas criaturas-serpentes-aquáticas do oceano! Devia ser algo muito parecido com o Chatotorix, o Bardo, nas histórias do Asterix. Só pode!

Se for para pesquisar o pessoal do Brasil, então, nem se fale, devo ter tido alguma tatatataravó índia que ficava com um português chato na cola dela querendo trocar o colar dela por uma porra de um espelhinho!

Enfim, e como eu disse, trata-se de carga genética, portanto eu não iria escapar. Os bêbados não só vem direto em mim, como vão contar a história da família, mostrar fotos, falar da cirrose, da hemorróida ou qualquer coisa assim. Sim, eu atraio esse tipo de papo divertido! Vide o post “Conversas de Bebum”. E se estiver toda a família junta, a coisa é pior!

Era um Sábado ou Domingo à noite (acho que umas 18 ou 19h), há uns 16 anos atrás, em uma das mais movimentadas avenidas da Zona Norte. Quais as chances de você chegar com o carro, com toda família, parar em frente ao apartamento para descarregar e, do nada, surgir um rapaz e um bêbado correndo atrás dele com um cano de ferro nas mãos??? E parando todo o trânsito da avenida! Pois é, no nosso caso não só a chance é de 100%, como o bêbado cansa de correr atrás do cara e decide sentar o cano de ferro no capo do carro! Preciso falar mais alguma coisa? (aí foi nossa vez de correr atrás do bêbado... Legal, se alguém tivesse com um extintor ou uma torta de creme nas mãos dava pra montar um esquete para os trapalhões! Deixa pra lá...).

Semana passada, saindo tarde da última aula do MBA (ufa! Isso explica a ausência de posts! Mas ainda falta o TCC...), com mais dois amigos, aparece um tiozinho empurrando um carrinho de mão. 22:30. Três caras na rua. E o bêbado chegando com o carrinho. No que ele para do lado dos três, dá um risada e diz:

- Olha a roda que eu fiz pro meu carrinho!!! Essa não fura e não quebra neeeeeeem fodendo! Èéééé, tá pensando o quê? Bla-bla-bla...

Não tinha porque ficar dando trela pro bebum, mas acho que teve alguém no grupo, que não eu, que ainda soltou um: Legal, hein? (não foi? Uma nota para adivinhar, Maestro Zezinho, no 3, 2, 1...).

Ainda lembro um trabalho que fomos fazer no Centro Cultural. Colegial. Turma grande. Todo mundo de busão e metrô. Na volta, paramos em Santana para esperar o ônibus com as meninas. Sobrei eu, um grande amigo e mais duas meninas. Bêbado chega perto. Para. Olha. Olha de novo. Ajeita-se. E solta a perola, que utilizamos por muitos anos:

- Pega no cajado roliço!

Eu sei que isso é um blog de família, mas a frase foi essa! Ainda bem que o ônibus chegou logo a seguir.

Mas acho que a pior (ou a melhor, depende do referencial) aconteceu há duas semanas atrás. Festa da família. Pessoal reunido. Apartamento de 3 primões que estão morando em São Paulo. Festa tranqüila, diga-se de passagem. Sem música, pessoal light. Comida boa! Tudo ótimo. Só faltou refrigerante normal, porque acho que acabei com eles muito rápido! (#prontofalei. Só tinha cerveja, pô! rs). Lá pras 22h e tanto batem na porta. Eu do outro lado só vendo a cena. Já achei estranho, afinal a primeira coisa que você pensa é que vieram reclamar do barulho. Mas que barulho???

Porta aberta e - a partir de agora, fica a versão do pessoal ao lado da porta, eu só acompanhei a cara de perplexidade e espanto – do outro lado um rapaz, falando inglês*:

- Boa-noite. Alguém fala inglês?

- Sim, pois não! Respondeu outro dos meus primos.

- Então, é o seguinte, eu sou inglês, vim da Inglaterra.

- Humhum...

- E estamos fazendo uma festinha, aqui, no apartamento do lado.

- Certo.

- Então, a gente ficou sem estoque aqui.

- Hein?

- Alguém aí fuma?

- Sim, mas...

- Então, acabou a nossa maconha. Vocês não podem arrumar alguma aí pra gente.


É, não tem jeito... Nem preciso falar que ao lado da porta estava meu pai, né???



P.S.: Claro que não tinha maconha! Eu disse: O Blog é de respeito... E a família também!


Dedico esse post aos meus maravilhosos primos – e aos seus pais, claro! - e, principalmente, a Pri mais velha, em sua nova jornada: Pri, você é fantástica e não tenho dúvidas que se dará bem aqui em São Paulo, em Santa Catarina, na Bahia ou no Marrocos! Que bom ter alguém como você, que acredita e briga pelos seus sonhos, tem o pé no chão e que só merece sucesso! Boa-Sorte no seu novo trio-elétrico! (Brincadeira! Desculpa! Não resisti!)

Feliz Natal para vocês!!


* Traduzido, livremente, do inglês, pelo pessoal da porta.

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