terça-feira, 25 de outubro de 2011

Universos Paralelos: Supermercado

(Atenção, obra ficcional. Qualquer semelhança com personagens ou eventos da vida real é mera coincidência.)

Universo 1

Ele, sozinho, chega ao mercado às 18h30min.

Hummm... Melhor ligar pra patroa e ver o que ela quer.

- Alô... Não, to no mercado. Do que a gente precisa mesmo? Tá: fralda, paninho úmido, pano de limpeza, papel higiênico, macarrão, açúcar e leite. Entendi.

Opa! Sessão de eletrônicos! Eu não preciso de TV, já tenho um Xbox 360, mas não custa nada ficar aqui olhando uns minutinhos os jogos...Esse eu vi... esse eu tenho...esse é melhor no MEU PS3...


Universo 2

No mercado, ele, ela e o bebê. Entrada: 17h
Pedido de carrinho de mercado, com bebê conforto e forrinho: 17h05min.
Chegada do Carrinho: 17h20min.

Ela: Lembra que da última vez você começou pela sessão de congelados?
Ele: Yup. Que que tem?
Ela: Nada! Depois chega tudo descongelado e tem que colocar no freezer de novo...A comida pode estragar... E sem contar o espaço no carrinho...
Ele: Tá bom, então... Ué! Cadê sua mãe, filho?

Ela foi pra sessão de roupas...


18h 35min.

Beleza! Borá ver as fraldas... Peraí... Que marca é essa? E agora? Diurna, Noturna, Diurna Prolongada... Pra piscina não é...Hibernação... Puta, tem 300 tipos de fralda!!!

- Alô... Eu de novo... Escuta, qual a fralda que ele usa mesmo? ... Ah, tá, aquela com desenho colorido?... Não, essa só tem noturna... Como, assim?...Ah tá, to levando, é mais barata que a outra sim. Beijo.

Pronto, agora o paninho umedecido... peraí...

- Tá... Olha, tá em promoção o paninho, leve 3 pague 2... Sim, Johnson & Johnson... Então, o problema é que só tem 2 tipos, um deles é de recém-nascido... Como assim qual o problema? É de recém-nascido! Ele tá com 8 meses!! Isso eu sei! ... Ah tá... Ah, só muda o cheiro... Beleza! Tô pegando!


17h 35min.
Ele: E aí?
Ela: Não tenho dinheiro.
Ele: Mas você viu alguma roupa que você gostou?
Ela: Não, só coisa feia... Tinha um bonitinho, pro Bebê...
Ele: Quer pegar?
Ela: Não tenho dinheiro.
Ele: Pô, mas se você gostou a gente pega!
Ela: Vamos pegar o que a gente tem que pegar...



18h37min.

Beleza, agora pegar o papel higiênico... Uia! Um dia vou pegar esse aqui super-macio, folha tripla! Deve ser como limpar a bunda com um coelho fofinho...

Cutuca a embalagem do papel de folha tripla... LEGAL!

E agora? De 16 ou de 24 rolos? Puta, do jeito que eu to indo no banheiro, melhor o de 24!


17h36min

Ela: Bom, pega aí o papel higiênico...
Ele: Pena que esse de folha tripla é caro, né?
Ela: Pega o de folha dupla mais barato... ou esse ou esse.
Ele: Tá bom, deixa eu ver... Vou dividir o preço desse pela quantidade... Anota aí...
Ela: Hum...
Ele: É, esse outro sai mais barato.
Ela: Então vamos...

Ele cutuca a embalagem de papel higiênico de folha tripla...triste...



18h39min.

Beleza, agora eu pego esse paninho de limpeza... Hummmm, ela queria o úmido ou seco?... Bora levar os dois, assim ela não reclama... E agora cadê a porra do paninho com Veja? Esse é Scott... Só tem um com Veja?!...  Cadê alguém pra me atender?!... Bom, vou levar dois Scott e um Veja...

No corredor ao lado.

Uhu! Olha o paninho com Veja aqui! Peraí... Veja tá mais barato, mas vem menos panos que o Scott... Deixa eu fazer a conta... Ah, foda-se, eu não experimentei o Veja ainda, vou levar um de cada cheirinho... Pensando bem, é foda achar esses paninhos, vou levar 2 de cada!


17h40min

Ela: Pega esse sabão em pó...
Ele: Check!

Ela abre o amaciante e cheira...

Ela: É esse que você gostou?
Ele: É... gosto do rosinha!
Ela: Pra mim é tudo a mesma coisa! Por mim não lavava nada com amaciante.
Ele: Minha mãe usava esse. A roupa fica gostosa.

Ela põe o amaciante no carrinho. Com força.

Ele: Ainda tem detergente em casa?
Ela: Não.
Ele: Quer pegar?
Ela: Você tem mesmo que perguntar? Eu disse que não tem.
Ele: É que eu prefiro esse, que é em gel, não machuca tanto a minha mão.
Ela: Ahhhh, como se você lavasse muita louça!
Ele: Não lavo, mas quando eu lavar não quero a pele rachada... E, olha, tem Glicerina!

Ela põe o OUTRO detergente no carrinho.

Mais 15 minutos de discussão... 
(continua...)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Eu preciso me apaixonar!

(desculpem, eu tinha que publicar isso… nem que seja pra me sentir melhor, comigo mesmo)

É, assim, uma declaração… Uma afirmação! Eu preciso me apaixonar e ponto.

Como na música “Love in the Afternoon”, da Legião: Eu sempre me apaixonei, todo dia (nem sempre pela pessoa errada...mas acontece!). Na verdade nem sempre por uma pessoa. Às vezes era por um cachorro. Um livro. Um jogo. Um amigo. Na maioria das vezes, nos últimos 10 anos, era até se apaixonar pela mesma pessoa, todo dia.

Mas alguma coisa mudou, nem sei onde, não sei quando. Não sei se é só uma fase. Ou se, sem mais, me amputaram essa capacidade. Amputado, acho que isso dá, mais ou menos, a dimensão da coisa... E, acredite, para alguém que é só emoção, como eu, isso dá uma diferença muito grande (mesmo que, às vezes, eu tente esconder isso em um lado racional, que, acho, escondo muito bem... ou pelo menos achava isso). Aliás, não se apaixonar, faz toda a diferença.

Você liga o videogame, com a nova versão do FIFA, que você mais esperava. Começa a rodar e sua reação é: “Ok, legal. Essa versão ficou melhor“. A reação esperada? Xingar muito o time e o juiz. No primeiro pênalti não marcado é levantar do sofá e ameaçar a TV dobrando o braço e cerrando o punho, no melhor estilo Homer Simpson. Na hora do segundo gol do Corinthians (e, claro, do Jorge Henrique!), contra o São Paulo, que já teve um expulso, a vontade de dividir aquela porra daquele controle do PS3 no meio. Ou, pelo menos, um CHUPA, TIMINHO DE MERDA ao fazer "o honrinha". Mas, por algum motivo, foram alguns xingos esparsos... depois de muito tempo jogo.

O mesmo aconteceu com os amigos. Os mais antigos, nem sinal: nem meu pra eles, nem deles pra mim. Os mais próximos, acho que acabei empurrando um pouco mais pra longe nas últimas semanas (mesmo que eles não queiram ficar longe). Não é uma questão de negligência. Eu só não consigo mais me apaixonar por cada um deles. Do jeito que era antes. Do jeito que eu queria.

A loucura que eu tinha de escrever, aqui, no blog. De me abrir e poder contar pelo que eu estava passando. De poder deixar explicito – escancarado - o que sinto. Passou...

Falar que eu não tenho o mínimo prazer no meu trabalho, hoje, é perda de tempo. Tá na cara! Eu não consigo aprender nada novo. O que eu já sabia vai ficando de lado, sendo esquecido... E não vejo nenhuma perspectiva de melhora... E isso me deixa pior ainda... E, sim, eu sei das minhas responsabilidades. Sei que não dá pra jogar tudo pro alto e fugir...  E isso me deixa frustrado!

E já não sei se sinto a mesma saudade do cachorro, que sentia antes...

Nem mesmo consigo dizer, todo dia, EU TE AMO, do jeito que eu dizia... Pra mesma mulher... Nos últimos 10 anos...


Acho que a paixão acabou...


E você chega em casa cansado. MORTO. Em um dos piores dias da sua vida. Mesmo depois de tudo dar errado durante o dia inteiro (você só queria uma cama e, com um pouco de sorte – talvez - um ataque cardíaco fulminante). E lá está seu filho, sorrindo. Pedindo colo.

E sem saber se você está sofrendo ou não, tudo que ele pode te oferecer está ali, nos olhos dele: Amor. Amor por você. Amor INCONDICIONAL! Não importa se você é bom ou ruim. Feio ou bonito. Alegre ou triste. Um cara de sucesso ou só mais um... E ele fica te chamando, por mais que você não queira ouvir, com aquele sorriso no rosto... E você tem a maior certeza da sua vida: de que nunca – NUNCA - em momento nenhum, você amou tanto alguém como aquele menino... E a única coisa que você tem vontade é de se esconder, ali, atrás daqueles 80 ou 90 cm e pouco mais de 9 Kg.


Acho que ainda há esperança...


Fim da Parte I (espero que tenha parte II)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O (Des)Informante – Parte Final


 
- Agente, essa é uma das missões mais engraçadas que eu já peguei! Quantas vezes ele ligou pra portaria hoje?

- Já ligou 3 vezes, Chefe. Nessa última o porteiro avisou que o correio já passou e não tinha nada para ele. Tô começando a ficar com dó dele...

- Dó dele?

- É! Esperando... Ninguém manda nada para ele no correio... A tristeza de esperar... E esperar... A gente podia pegar uma propaganda de Disk Pizza, colocar em um envelope, e entregar no nome dele! Pelo menos, se ele ligar pro porteiro ou chegar em casa, vai ter alguma coisa pra ele!


* Tapa e agente desacordado *


Sábado – 14:30:

- Agente, tô achando estranho aqueles três fortões olhando pra cá...

- Tranqüilo, todo mundo gosta de sorvete. Eles estão só olhando.

- Sei não... Por que ficariam olhando pro nosso caminhão de sorvete??

- Opa, parece que capturamos outra ligação. Ih, pela voz é o Gordinho...

- Ele tá perguntando do PS3... E agora não para de pedir desculpas por ter indicado a loja!

- Ah, ele tá falando pro Gordinho não esquentar, mas daqui dá pra ver ele pela janela fazendo gestos obscenos! Ele disse que tá tudo bem e vai esperar mais um pouco... Desligou.

- O que é aquilo na mão dele?

- Parecem jogos... Rá! Não acredito, parece que ele comprou um Rock Band antes mesmo do Vídeo Game chegar! HAHAHAHAHA.

- Não acredito! Ele tá fazendo carinho naquela guitarra de plástico?

- HAHAHAHA! Tá! Enquanto a esposa não chega... Ele já beijou a bateria umas três vezes. Ontem à noite eu cheguei a filmar ele imitando o Axl Rose, de frente pra janela, com o microfone na mão.

- O QUÊ?!?!

- O microfone do jogo, Chefe! Acho que ele tá perdendo a razão... Vou subir pro Helltube depois. Hehehe.

- Me passa o notebook, deixe-me ver os arquivos interceptados dele... Parece que ele já consultou cinco sites jurídicos. Vai cancelar a compra!

- Duvido, Chefe! Ele quer muito esse vídeo game... Tá enrolando faz um puta tempo pra comprar.

...


Sábado – 19:30

- Chefe, chegou aviso no computador. Parece que ele está acessando o chat pra falar com um atendente.

- Intercepte e entre com o sistema Freecell.

- Sistema Freecell?

- Isso! Eu bolei pra uma empresa pública. Ele gera um código de fila qualquer – por exemplo, você é o 5ª da fila – e aí ele abre o Freecell do Windows. O cara espera o número de partidas da posição dele para ser atendido.

- Boa, Chefe! Funciona?

- Ô! Bom, vamos lá, hora do show, aciona o sistema.

- Ok.

- Que posição ele pegou?

- Vigésimo! Hehehe.


... muito tempo depois ...


(20:04:50) Andrielsen Cristina -      Amigo do Gordinho, em que posso ajudar ?
(20:07:02)Amigo do Gordinho -     ola, meu prazo de entrega está estourado...haveria alguma forma de saber onde está meu produto?
(20:09:24) Andrielsen Cristina -     Por favor, confirme o número do pedido para que eu possa estar consultando a sua compra.
(20:10:10)Amigo do Gordinho -     Pedido 2345678
(20:12:01) Andrielsen Cristina -     Aguarde um momento, por favor.
(20:12:19)Amigo do Gordinho -     ok

- Chefe, vou começar a irritar o Amigo do Gordinho!

- Você tá indo bem! Com os nomes de atendente que você inventa ele já deve estar irritado...

(20:14:23) Andrielsen Cristina -     Senhor recebeu algum produto da entrega?
(20:15:09)Amigo do Gordinho -     não, a entrega é composta de apenas um produto... o PlayStation3
(20:16:43) Andrielsen Cristina -     Por favor, aguarde enquanto verifico a informação solicitada.
(20:19:11) Andrielsen Cristina -     Obrigada por aguardar.  Foi feito o comunicado pelo protocolo 6924, peço que aguarde que o mesmo será enviado á transportadora.
(20:21:06)Amigo do Gordinho -     aguarde o que?
(20:21:12)Amigo do Gordinho -     aguardar no chat?

- Ele deve ser burro, agente! Aguardar no Chat?!?!?!

(20:23:17) Andrielsen Cristina -     Não, a chegada do produto.

- Hihihi... Ele tá putinho já chefe! Olha ele andando de um lado pro outro com o notebook na mão.

(20:23:46)Amigo do Gordinho -     Andrielsen, eu quero um prazo ou vou cancelar a compra agora mesmo e fazer uma reclamação na delegacia do Consumidor
(20:26:32) Andrielsen Cristina -      Não tenho como dar uma informação que não consta. O produto esta com a transportadora.
(20:27:01)Amigo do Gordinho -     então eu quero o contato do seu superior, pois alguém de sua empresa terá que prestar esta informação. Qual o nome da transportadora?

- Chefe, to quase respondendo pra ele esperar, que a transportadora é a Lusitana:  "O mundo gira e a Lusitana roda..." hehehe

* pequeno tapa *

- Enrola mais um pouco. Parece que ele já fez menção de bater com a cabeça na parede!

(20:29:34) Andrielsen Cristina -      Este prazo solicitado é para que o setor responsável esteja verificando junto a eles e solicitar agilidade na entrega de seu produto.
(20:30:26)Amigo do Gordinho -     Andrielsen, por lei, você deve me dar um prazo para resolução do meu problema. Eu ainda estou aguardando você me informar o nome e contato de seu superior e o nome da transportadora que está com meu produto.

- Chefe, ele quer falar com você... hehehe. Vou enrolar mais um pouco...

(20:31:23) Andrielsen Cristina -      O prazo de 5 dias úteis para que seja solicitado agilidade e um parecer do atraso, sendo que pode estar chegando antes.
(20:36:46)Amigo do Gordinho -     Você pode me informar o nome da transportadora?
(20:37:19) Andrielsen Cristina -      Por medidas de segurança, a empresa não disponibiliza informações referentes às transportadoras.
(20:38:31)Amigo do Gordinho -     Ok, o seu nome e este chat constará no processo que vou abrir no PROCON na próxima segunda-feira e isso inclui sua recusa em me informar o nome da pessoa quem você responde e também o nome da transportadora que está com meu produto!!!
(20:44:47) Andrielsen Cristina - Quem faz o contato é outro setor.


- Chefe, ele largou o notebook na mesa e tá gritando “DESISTOOOO”! HAHAHAHA

- Boa! Agora é só a gente ficar aqui e interceptar a entrega, aproveita agora e...

BAM! BAM! BAM!

- Que foi isso?!

- Chefe, parece que os fortões estão aí fora batendo no caminhão!

- Mas como! Não era pra levantar suspeita!

- Eles tão ficando violentos! Tá chegando mais dois de mãos dadas do outro lado da rua!

- Mil Demônios! Liga o caminhão e vamô embora daqui!

- E a missão?

- Acho que eles já aprenderam a lição... Vai embora! Eles estão subindo no caminhão e gritando... Que caminhão de sorvete você pegou? Era para não chamar atenção!

- É um caminhão normal, Chefe... AHHHH, vamô morre...

- Acelera e VAI! Se passar o Sedex ou um carro de qualquer outra transportadora, mete o carro em cima! Vai embora. VAI!

 Você também acharia o caminhão de sorvetes suspeito?

 
DOMINGO – 12:05

PS3 entregue.


terça-feira, 31 de maio de 2011

O (Des)Informante


Prelúdio:

Não sei se é intencional, ou se simplesmente são as forças do universo que contribuem pra isso, mas meus amigos – meus grandes amigos – têm algumas coisas em comum comigo: ou atraem pessoas loucas ou são imãs de problemas (ou ambos!). E quando juntam comigo, a coisa não pode sair mais errada.

Depois de uma análise Xbox x PS3 enviada para um desses grandes amigos, recebi um e-mail com uma promoção do PS3. Não tive dúvida e enviei pra ele... Ele comprou... E a coisa começou assim, em uma quarta-feira:

- E aí?

- Comprei... Você é o CAPETA! CRAMULHÃO! CURURÚ DO RABO PRETO!

- Em quanto tempo?

- Em 5 dias eles entregam.

- Beleza!

Uma semana depois...

- E aí?

- Nada ainda... No site só diz que já foi expedido!



Sexta-feira:

- Chefe, você não acha estranho um caminhão de sorvete – sem sorvete e nesse frio – parado no São Judas?

- Você não é pago para pensar agente! Se isso dá certo nos filmes gringos, vai dar certo aqui também! Nosso trabalho é simples: interceptar a entrega da mercadoria para o amigo do Gordinho. Só!

- Ok, estou ciente, recebi o memorando com a missão. Só não entendo...

- ISSO! Você não entende e ponto! A idéia é deixar o amigo do Gordinho desesperado! E deixar o Gordinho desacreditado. Humpf, ele chamou o Gordinho de Capeta e fica acabando com a má reputação do nosso Chefe. Vai aprender a não mexer com a CIA (Capeta Intelligence Agency)

- Ok Chefe... Se é assim... Só acho engraçado deslocar dois agentes do Inferno, para uma tocaia, em uma missão tão boba quanto essa... Em um caminhão de sorvete... Ha! Entendeu? Agentes do Inferno... Caminhão de Sorvete... É até engraçado!

- Como assim engraçado?

- Ah, você sabe, a gente vem do inferno: Quente. Caminhão de sorvete: Frio! Sacou?

- Aí, Meu Demônio...

- Podia ser um caminhão de Maionese!!!

- Maionese?!?!

- HELLmann’s!!! HAHAHAHAHAHA


* Tapa e agente desacordado


- Agente! Acorda! Ele está ligando para a loja! É hora de interceptar a ligação... Prepare-se.

- *AHAM * Edicreuza, Linha de Atendimento ao Cliente, boa-tarde!

- Boa-tarde. Eu fiz o pedido de um Playstation 3 e gostaria de saber sobre o prazo de entrega...

- Um momento que vou estar verificando... *Linha em espera* Chefe, realmente essa idéia de usar gerúndio no telemarketing é coisa do Capeta! Hehehe * Volta a Linha* O senhor vai te que estar esperando mais um minuto, por favor. Qualquer coisa é só chamar Edicreuza.

- Ok

5 minutos depois...

- Edicreuza? Edicreuza?!

- Obrigado por aguardar. Senhor, constamos o pagamento do produto. O senhor já recebeu alguma parte do pedido?

- Recebi o que?? Vocês mandam o manual antes? Só o joystick?

- Um momento senhor, vou estar verificando...

- NÂO! Edicreuza, não recebi nada! O pedido é só um Playstation 3! Um produto só! E eu já tô me arrependendo...

- Senhor. Senhor. Verifiquei em nossos sistemas. O senhor vai estar recebendo o produto ainda hoje. Posso ajudar em mais alguma coisa?

- Não, é só isso...

- Obrigado pela ligação! boa-tarde!

...

- Parabéns Agente! Pegamos ele direitinho! Mas é impressionante como as pessoas ainda acreditam na palavra do pessoal do telemarketing! Que burros... Nunca que ele vai receber hoje! HAHAHAHAHA

FIM DA PARTE UM DO PLANO DIABÓLICO.

Nova Profissão

Passaram-se mais de três meses desde a última vez que escrevi nesse blog. E acreditem: algumas vezes eu senti uma falta danada de escrever! Mas tive bons motivos para isso... Aliás, ÓTIMOS motivos e fontes de muitas e inesgotáveis histórias. No dia 11.02, no Ano da Graça de Nosso Senhor de 2011 (eu sempre quis usar isso!), nasceu meu Pequeno Padawan. Ou Meu Guri, na marcação dos Posts. Nas minhas horas de Homer Simpson eu o chamo de Zé Ruela... Só fiz isso três ou doze vezes...Com motivo!

Então é isso, já atualizei meu Linkedin com minha nova profissão: pai. Não requer experiência prévia (mas acho que deve ajudar!), o trabalho é reconhecido, exige dedicação integral, mas o melhor de tudo. O fantástico mesmo. É a remuneração. E nem é em dinheiro...

Enfim, estamos de volta com a nossa programação normal!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Céééérebro



...Foi o tempo de olhar para o lado e ver mais dois companheiros, antes de ouvir aquele barulho. Não sei o que mais me incomodava: se era o fato de ouvir os passos arrastados e aquele som gutural ou as tábuas sendo arrancadas da janela... Bom, acho que era a falta de munição o que mais me irritava.

Corri e peguei uma espingarda na parede. Foi o que consegui naquele momento, acho que um calibre doze, com dois cartuchos... Humpf, a cada dois tiros eu sabia que teria de parar e trocar os cartuchos, mas é isso ou minha vida!

Enquanto ele tirava a segunda tábua da janela, segurei um pouco a respiração. Virei a arma em direção a sua cabeça. Fiz questão que ele me visse! Que levasse de volta para o inferno a minha imagem! Puxei o gatilho. Foi rápido. Foi um tiro só. Não foi limpo! O sangue dele espirrou nas paredes enquanto, do lado de fora da janela, jazia um pedaço de corpo, sem vida... E sem cabeça.

Era o tempo que precisava para colocar as tábuas de volta na janela. Rápido! Ouvi mais tiros dentro da casa, pelo jeito eu não era o único com problemas... Ok, precisamos nos comunicar, não vai ter como segurar isso por muito tempo. Outro filho da mãe vinha andando lentamente em direção à janela. Dessa vez não esperei. Tampouco fiz muita mira. Foi no meio do peito! BAM! Caído. Recarrega gracinha... Anda!

Soldado1: Tá tudo bem aí? Alguém tá precisando de alguma coisa?

Soldado2: Tudo limpo!

Soldado3: Aqui também!

Soldado 1: E agora? De onde eles estão vindo?

Soldado 2: Não sei, cada um pega uma porta ou janela, tá? Assim um não deixa o outro descoberto!

Soldado 1: Ok!

Soldado 3: Ok!

Temos a estratégia. Temos armas. Agora é só segurar esses filhos da mãe, desalmados!

Não demorou muito para que eu visse o terceiro deles por entre as tábuas. Apoiei minha arma bem no meio da fresta e puxei o gatilho. Duas vezes. Esse não dá mais trabalho... Parecia uma maldição! A recarga demorou uma eternidade enquanto eu via – à minha frente – mais uma tábua ser despedaçada, como se fosse papel...

- Toma isso filho da mãe! – foi o máximo que eu consegui dizer, antes de apertar o gatilho, ainda meio sem mira. Para minha sorte o tiro foi certeiro e outra cabeça havia voado pelos ares... Coloquei outra tábua no lugar o mais rápido que consegui. E os safados continuavam a surgir, não sei de onde.

Soldado 1: E aí? Todo mundo bem?

Soldado 2: Belezinha!

Soldado 3: Ih...

Que porra de “ih” era aquele??? “Ih”?!?! Eu esperava tudo, menos um “ih”. Sei lá, um “ok”, quem sabe, um “limpo”... Até um “Roger” ou “Câmbio”, sei lá, mas “ih”???

Fudeu! Foi o tempo de virar pra trás e tomar um golpe na cabeça!


Soldado 1: Tem zumbi no salão, porra! Quem não cuidou da porta????

Enquanto eu fugia e atirava a resposta veio nítida, no fone:

- Ih...

Ah não! “Ih” de novo, não! Não acredito! Bom, pelos menos sabíamos quem era o culpado...

Soldado 1: Atira! Atira! Atira! Vamos pra porta! Para de tentar matar esses porras na faca! Vem ajudar!

Soldado 3: Tá bom! Tô indo!

Soldado 1: Vem que eu já abri a porta. Corre! Corre!

Soldado 2: Já to aqui.

Foi uma imagem impressionante, eram zumbis que invadiam a casa por todos os lados... Portas, janelas, telhado! Sei lá de onde surgiam tantos! Soldado 2 jogou uma granada. Fiquei olhando os pedaços voarem, enquanto fazia mira nos zumbis que sobreviveram à explosão. Eram apenas tronco, braços e cabeça se arrastando. E, mesmo assim, vindo em minha direção! Mais dois tiros... Mais dois zumbis mortos...

Soldado 1: Vamos pra outra porta, tem uma metralhadora lá fora!

Soldado 2: Beleza, deixa que essa eu abro!

Soldado 1: Vamos! Vamos! To pegando a metranca!

- Ih...

Juro! Nessa hora eu comecei a fazer mira, procurando a cabeça do soldado 3!

Soldado 3: Hihihi...

Soldado 1: Que foi agora? QUE CÊ TÁ FAZENDO?!?!?!

Solado 3: Morri. Alguém me salva?

Soldado 1: MAS ERA PRA IR PRA PORTA!

Soldado 3: Mas eu vi eles entrando e fui fazer mira! Aí eu fiquei aqui na frente...


Entre tiros e zumbis, consegui abaixar e iniciar o salvamento do soldado 3... Mas o cenário ficava pior – e mais desolador - a cada minuto...


Soldado 2: Eles estão entrando pelas outras portas! (BAM) (BAM)

Olhei para o lado e vi dois zumbis tombarem, perto de nós, sem vida... Belo tiro do soldado 2!

Soldado 1: Bora, não fica parado, vai pegar a metralhadora lá fora.

Soldado 3: Tá!

Sai correndo. Minha vida dependia disso... Meus amigos dependiam disso. Chegamos a um ponto, do lado de fora da casa, e ainda atirando, tínhamos apenas uma grade que nos separava de outra escada. Talvez por ali conseguíssemos fugir. Quem sabe encontrar novas armas? Quem sabe, pelo menos, ligar a porra da luz de novo!!!

- Ih...

Soldado 1: QUÊ?

- Cachorro...


Aí fudeu de vez, foi uma meia dúzia de cachorro surgindo do nada, pulando e matando todo mundo... só deu tempo de ver a tela começar a escurecer... Game Over...

- PORRA! MAS NÃO ERA PRA CADA UM CUIDAR DE UMA PORTA?!?!? NÃO ERA A ESTRATÉGIA QUE A GENTE TÁ COMBINANDO DESDE O ALMOÇO???

- Era...

- Menino Mau! Não reclama!

- MAS FOI VOCÊ QUE PROPÔS A ESTRATÉGIA!!! COMO NÃO É PARA EU RECLAMAR?!?!?! CHEGA, EU VOU DORMIR! BOA-NOITE!

- Boa-noite...


- Amanhã tem mais né???



Homenagem (singela...) ao aniversário de George A. Romero, hoje! O pai de todos os zumbis! Se não fosse por ele, essa fase do Call of Duty Black Ops nem existiria...

Mas, principalmente, homenagem aos meus dois amigos e companheiros de tiro na PSN!!!

Hoje tem mais!!!


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fábrica

Mais um teste. Criando novo marcador para o blog: Crônicas.

Tudo começou no carro, hoje pela manhã, ouvindo “Fábrica”, da Legião Urbana. E, assim, do nada, a história começou a pipocar na cabeça. Sem mais. Foi surgindo, junto com a letra. Não sei se vocês vão gostar, mas é muito mais difícil criar uma história do zero, sem personagens que eu conheça, sem ambientação e sem contexto. Ou quase isso...


E como a música é “Fábrica”, não há como não dedicar à D. Baratinha. Minha Esposa e Amiga. (promessa é dívida!)



E era assim todo santo dia. Acordava, como tinha de ser, às 5h da manhã. Colocava a água para ferver, enquanto ia ao banheiro. Voltava e tomava seu café preto - com açúcar – enquanto ouvia as notícias no rádio, sempre na mesma estação. Sempre as mesmas notícias.

Às 5h30min já estava na porta de casa. Quinze minutos de caminhada. O mesmo ônibus. O mesmo motorista e cobrador. O “bom-dia“ no automático e um sorriso que não era o seu. Pelo menos pareceria simpático, decidiu há algum tempo.

Às 7h entrava na fábrica. Com o mesmo sorriso no rosto cumprimentava os seguranças, no portão. Ele não entendia o que, afinal, tinha que ser guardado ali. A fábrica já não era a mesma. Vendia pouco e entregava a um único cliente. Quem, em sã consciência, iria roubar moldes de ferro específicos para a indústria automobilística? Era o que ele fazia. Depois da liga de ferro derretida sair do auto-forno, era ele quem controlava a máquina do molde.

E quando chegava à máquina encontrava sua única amiga. Ela não tinha um nome fácil, tampouco respondia a ele. Era só uma máquina. Ele a chamava pelo modelo: XLR-22. Era mais fácil, sem formalidades.

Ele sabia que estava sendo filmado o tempo todo. E tempo era o que não tinha, exceto nas pausas, onde saia e encostava-se à parede, vendo os outros empregados fumando do outro lado. Lá ficava, admirando um céu cinza, até o sinal tocar de novo e voltar para sua amiga.

Com a XLR-22 desenvolveu uma relação de amor e ódio. Respeito e admiração. Ela quase o fizera perder a mão - em um acesso de raiva – quando deixou vazar a liga metálica do molde. Por sorte ele conseguiu apertar o botão de emergência. Ela o fizera chorar – quando quebrada – e ele teve de ficar uma semana em casa: férias coletivas. Forçadas. Mas era com ela que ele conversava. Mudo. Deixava apenas seu coração falando. Inventava histórias, cafés-da-manhã com a realeza, almoços em restaurantes chiques e encontros que nunca tivera, nos mais variados pontos turísticos do mundo. Falava de um tempo em que a fábrica não estava ali. Um tempo em que todo aquele pátio era um apanhado de árvores. Tudo verde. Um tempo em que olhar para o céu o deixava com lágrimas nos olhos, pela força da luz do Sol, e não pela fuligem.

Foi a XLR-22 a primeira a saber quando seu pai ficou doente. E foi ela a única a consolá-lo, verdadeiramente, no dia da morte de seu pai. Quieta. Ela apenas ficou ali, onde sempre esteve, ouvindo seu coração desabafar. Ele foi ao velório. Ao enterro. Ouviu pessoas dizerem o quanto sentiam, apenas por protocolo. Apenas por educação.

E por educação o mesmo sorriso, triste, lhe estampava o rosto naquele momento. E nos próximos durante muito tempo.

Com a máquina desabafava: a falta de perspectiva (“Afinal que justiça há em uma fábrica em que a pessoa que trabalha duro deve ficar na mesma posição para sempre? Era o prêmio, e o castigo, por fazer o serviço direito?”). A solidão. A dificuldade em lidar com a falsidade das pessoas a sua volta – e essas, ele acabou por reconhecer muito cedo. A XLR-22 era verdadeira, só exigia dele que apertasse o botão certo, que chamasse a manutenção, de tempos em tempos, que estivesse atento aos seus sinais luminosos e avisos sonoros. E que estivesse ali, também para ela.

Com o pouco salário conseguia sobreviver. Pagava suas contas e comprava comida, sem esbanjar. Às vezes, quando sobrava um pouco do salário, comprava escondido óleo de máquina ou uma flanela nova e, com todo o carinho, entregava os presentes à XLR-22. Sem contrapartida. E ela, com gratidão, apenas ficava lá, olhando para ele e fazendo o seu trabalho, sem nunca parar.

Essa história poderia continuar por anos, até que ele se aposentasse, não fosse a compra de uma máquina nova, toda ela preparada para operar por meio de programas de computador. Todos eles integrados em um sistema de controle de produção e entrada de pedidos. Vinte por cento da mão-de-obra da fábrica foi mandada embora. Ele era apenas mais um número, nesse meio. Não teve tempo de se despedir de sua Amiga. De dizer um adeus. Assim como a máquina, morreu esquecido. De desgosto. Sozinho.

Nada demais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Alto Nível! (ou Outro Nível!)


É isso aí! Morram de inveja! Tá na hora de vocês saberem o que é trabalhar em uma empresa de alto nível. E eu mereço! São anos e anos estudando, passando em concursos, cedo ou tarde eu ia trabalhar em uma empresa de alto nível, sem sofrer com alguns absurdos que passei nos últimos anos.

Por razões éticas e morais não vou dizer qual a empresa, claro! Vocês todos iriam tentar uma vaguinha aqui se eu disser!

Bom, para começar eu tenho 2 chefes (mesmo que só um seja oficial)! Olha que maravilha! Neguinho reclama: “Ah, meu chefe não me dá atenção, não olha para mim!”. Eu tenho 2! E um deles é especialista em vigiar todo mundo, então não posso reclamar sobre isso. Aliás, ele cuida mais da vida dos outros do que do trabalho dele, o que deixa os funcionários dele muito mais a vontade para não fazer nada! E boa parte faz isso mesmo: NADA. Eu tenho esse lado rebelde... Esse lado anárquico: “Si ay gobierno, soy contra!”. Então eu trabalho, mesmo quando era funcionário dele. Falha minha, confesso. Deve ser algum problema de caráter. (Alô, pai! Alô, mãe! Essa vai pra conta de vocês...).

Alguns amigos reclamam que o chefe é mal-humorado! Que o chefe pega no pé! Absurdo! Aqui nada disso acontece, vide pelos apelidos carinhosos que ele dá. Eu sou o Fofinho – também já fui Geléia, mas fui promovido (o apelido não pegou). Junto comigo tem uma turma muito boa: Crentinha, Doidinho, Feijãozinho (ou Carga Pesada, né? Aí eu viro Tonelada...sacaram a piada? Dois gordinhos? Carga Pesada e Tonelada? Boa, né?), o Molenga (tá, esse é merecido!!!), o Tatu Peba etc. Só para contar alguns. Poxa! Que empregado não quer um tratamento carinhosos desses??? Abaixo à formalidade!! E ele é bem-humorado, tá sempre “fazendo amigos”! Olha só, que pique, mesmo com toda a idade dele! Ajudou a implantar sistemas importantes, como: o controle de chibata dos escravos nas pirâmides de Gizé ou, ainda, os relatórios – em Crystal Reports! – de todos os condenados por magia negra, na época da Santa Inquisição. Vai dizer que o cara não tem importância histórica e cívica???

- Ôh, Tatu Peba?
- HUM! HUM!

Falta de comunicação é o problema do seu chefe??? Esse não! Ele vem no meio do salão e fala pra todo mundo ouvir! Isso resolve dois problemas sérios nas empresas:
a)      A falta de comunicação: já que os interlocutores estão se falando;
b)      Rádio Peão: Tá todo mundo ouvindo! A informação é única!

“É ou não é fantástico, Doctor Rey???”


Hoje o diálogo da tarde foi assim:

- Ô Fofinho, cadê Crentinha?

- Não sei.

- Olha, você parem de passar colesterol para ela. Deixa a menina trabalhar (legal, hein? Piadas com gordinhos! Sucesso garantido em festas e eventos sociais... Ah! E eu realmente não sabia.)

- Não sei. Você me viu com ela?? Só se ela passou por mim, 2 horas depois do almoço e, sem querer, eu acabei engolindo-a, pensando que era um lanchinho!

(mas eu aposto que você deve comer alguma coisa à tarde! Mostra aí o que você tem na gaveta! É um bebê? Um judeu, quem sabe??? Sim, isso foi só um pensamento que me ocorreu... Que depois, assim, sem querer, eu fiz a piada para outras pessoas...)

...

Mais tarde, ele me chama, junto com a Crentinha:

- Olha, gosto muito do trabalho de vocês! Menina, só toma cuidado para ele e o outro não te passarem colesterol...

Eu, com a educação que minha mãe me deu e com a cara mais deslavada que eu tinha no meu arsenal, respondi:

- Ahhhh, é mais perigoso ela pegar diabete, com um doce de pessoa como você!



De novo: “É ou não é fantástico, Doctor Rey?!?!?!?!”

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fim dos Tempos (Parte II)

(Episode One Here)

Se minha derrocada começou no dia 18 de novembro de 2010, eu só fui ter a certeza dela dois dias depois.

Da nova geração de videogames eu jogo todos. Jogo, também, o Wii. Comprei um, há uns 2 anos atrás, mas na separação ele acabou ficando e eu fui. Sim, tive de abrir mão do Wii durante a separação. Quando falei para minha Mãe que eu iria me casar, ela quis manter o Wii com ela. Portanto, me separei dos meus pais e perdi o Wii (que na verdade eu “comprei pra minha Mãe”). O Wii chegou e eu estava em férias – tanto do trabalho, quanto da faculdade – e foi uma festa! Eram 10h da manhã, de uma sexta-feira, quando o SEDEX tocou a campainha e entregou o Wii. Eu instalei o videogame em 25 minutos (aliás, lembro dos dias em que ganhei/comprei cada um dos meu videogames. Não a data! Só o dia da semana e como foi... Eu não sou o Rain man! Sério!).


Uma breve pausa para você que não me conhece: 25 minutos???? Sim! Eu sou o tipo de pessoa que gosta de “curtir” cada minuto da abertura de um “brinquedo” novo. Eu tiro tudo da caixa. Leio o manual (no caso dos videogames é uma rápida folheada), separo cada peça/fio e aí, sim, vou montando-o com toda calma e cuidado do mundo. Mesmo que eu esteja louco para jogar / usar. Ahhh, o cheirinho de videogame tirado do plástico: Não tem preço. E não importa com que cartão você paga!


As 10h e 30 min. eu comecei a jogar. Joguei sozinho. Joguei com a minha mãe. Minha prima veio jogar à tarde. Em suma, parei para o almoço e janta, e só fui desligar o Wii às 22h, quando eu já não sentia meus braços... Nem minhas pernas. O dia seguinte foi ainda pior! O sofrimento. A dor. O analgésico... Ahhhh. Agradeço ao São Tandrilax pela Graça Alcançada.

E não pense que videogame e exercícios físicos são coisas de agora! Em algum lugar do armário eu ainda devo ter a esteira (ou tapete, chame como quiser, o nome é Power Pad. É, eu também descobri isso agora no Google) do Nintendinho 8-bits guardada. Ela vinha com um jogo de olimpíadas e você tinha de correr, pressionando os botões com os pés ou pulando. Era uma questão muito mais de timing do que de condicionamento físico, então quebrei muitos recordes dos 100m rasos nesse jogo (chupa, Usain Bolt!). Essa esteira é a avó daquelas de dança que vieram mais tarde e, sim, eu também as tenho guardadas em algum lugar do armário.

É, meu amigo, isso era um Power Pad!

Enfim, mesmo com toda essa movimentação eu ainda sou era sou (!) bom no Wii! Ok, eu perco perdia pra D. Baratinha no 3 Points Contest, do Wii Resort (a mulher é praticamente a Magic Paula!), o Recorde é ERA dela! (sim, a coisa é rápida, antes do post ficar pronto o recorde voltou pra mim! Bwahaha!!!). Portanto, voltei ao meu lugar: o topo! (modéstia mode: on). Ainda tem um recorde de boliche  - com 100 pinos - que estamos (Eu e D. Baratinha) para quebrar, mas é só uma questão de tempo...


O fatídico dia 18/11/2010 foi o lançamento brasileiro do Kinect. Caso você não saiba o que é isso, ou tenha ouvido falar de um tal Projeto Natal, ele é um periférico do Xbox 360, montado sobre um conjunto de câmeras, motores e microfones, que consegue capturar o movimento das pessoas e passar para o videogames. “Como, Bial?”. Ok, em outras palavras: você quer jogar corrida? Então corra. O jogo exige um salto? Então salte! Tem que dançar? Adivinha, Bidú: Dance!

 Esse é o Kinect. Aceitamos doações.

Antes que você se pergunte se eu comprei o Kinect, não, eu não comprei. Por dois motivos: o primeiro, eu não sei se tenho espaço no apartamento para isso. Segundo, não sei se o prédio está preparado para abalo sísmico. Imagine um jogo em que eu tenha que correr 110m com barreiras. Imagine a vizinha do andar de baixo. Tudo ia começar com a Tia do nono andar, assistindo a novela da Globo, com um copo de água na mesinha, ao lado do sofá. De repente ela nota que a água começa a vibrar... O copo treme... Os lustres tremem! Das duas uma: Ou ela é vizinha de um Tiranossauro Rex ou o prédio foi construído em cima de uma placa tectônica que ninguém tinha encontrado, certo? Não, Tia, é só o gordinho do décimo jogando seu Kinect!

No lançamento meu cunhado-irmão-early-adopter-non-sense (obrigado pelas duas últimas partes!) já tinha comprado o Kinect. Mesmo gripado - e após inúmeros sms - decidi que era hora de conhecer o “bichinho”, ciente de que esse primeiro encontro custaria mais do que algumas horas, talvez minha alma (sim, se fosse legal eu teria que vendê-la para poder comprar um!).

Bem, é LEGAL! Se a primeira impressão é a que fica, você realmente começa em outro mundo. O simples fato de selecionar o jogo, navegar em menus e começar a rodar o DVD sem o uso de controles é muuuuito legal. Para pausar o jogo você mantém o braço aberto em 45º. E não é que o bichinho entende? Navegação legal, reconhecimento legal, agora só faltava o jogo... E foi aí que caiu meu império. Em uma simples corrida de cem metros... (chupa, eu!)