terça-feira, 30 de novembro de 2010

Às vezes eles voltam... (ou Curso Rápido de Exorcismo)


A experiência acaba nos deixando preparados para muitas das coisas que encontramos em nossa vida. Para tantas outras, o tempo não vale tanto assim. Se você já assistiu ao quadro “O Real e o Sobrenatural”, no antigo programa Márcia, sabe disso! (Rá! Essa eu desenterrei...). Mas vale, também, para os antigos programas do Gil Gomes, no rádio, que eu ouvia quando dormia na casa da minha avó.

Eu me lembro de acordar ouvindo o rádio na cozinha. Era comum eu ficar deitado e ouvir sobre um homem que foi enterrado vivo, ou ainda a carona dada a uma pessoa, que na verdade era um fantasma e por aí vai, sempre com a cabeça coberta e rezando para que aquele barulho de vassoura na cozinha fosse mesmo coisa da minha Vó! Fora as histórias em família, coisas como uma mulher sentada em uma cadeira de balanço, vestida de noiva, pedindo carona na estrada ou, ainda, panelas que se batiam sozinhas (e não pela minha Tia, acordando a gente na praia, dizendo: “Aí Diabo! Puta que Pariu!”) e barulhos de correntes...

Os filmes de terror fizeram o resto do trabalho: Poltergeist, Exorcista, Terror em Amytville, Enigma do Mal (esse também conhecido como: “A História do Fantasma Taradão”). Sem contar os trash movies, como A Morte do Demônio! Passei por todos eles com louvor! Tive pesadelos com ET e Gremlins, mas os outros, aí de cima, não me lembro de problemas!

Então, basicamente, me preparei durante toda infância e adolescência para esse tipo de confronto. Outras obras de Stephen King também têm papel importante nessa formação. Assim como os gibis e o filme do Constantine, mais tarde.

Pois bem, alguns fantasmas resolveram voltar para me encher o saco. Coisas que eu pensei que estivessem mortas e enterradas. Coisas que não são desse mundo e que não respeitam as leis da natureza. Coisas que devoram a vida de homens, sua saúde e destroem sua família. Sim, estou falando de Projetos de Tecnologia da Informação. O que mais poderia ser? Sinceramente eu me sinto como a Regan, em O Exorcista: Porra, eu já me livrei desse espírito zombeteiro uma vez, sério que ele vai voltar? Sim, ele volta. Pelo menos até a parte 3 da sequência eu vou ter de aturar essa alma penada (e eu já estou na parte 3!!!).
Valem, no entanto, algumas lições que tive nos anos de preparação, para você evitar esse tipo de problema ou se livrar desse encosto:

a)      Nunca, jamais, vá em direção a luz: Principalmente à noite. A luz de computadores ligados a noite é um sinal de que o projeto está indo até tarde. Eles vão te pegar para ajudar! Fato! Portanto, fuja da luz! Passe longe! Não importa se você vê na luz a imagem de amigos, conhecidos e parentes. Fuja!

b)      “The power of Christ compels you”: A frase é legal, dá um efeito bacana nos casos de exorcismo. Antes de casar passei mal à noite, sozinho no apartamento, e vomitei até a alma (agradeço a São Outback por essa experiência com a outra vida!). Tenho certeza que ouvi o vizinho de algum dos andares gritar três vezes essa frase. Foi legal, até ri um pouco antes de chamar o Hugo de novo, mas não dá resultados. Fiz a mesma coisa com o projeto – com água benta! – e o máximo que consegui em retorno foi uma risada demoníaca de alguns “amigos”... Esqueça essa técnica.

c)      As coisas se mexem sozinhas: My ass! Nem você colocando pessoas responsáveis por cada tarefa elas se mexem, o que dirá sozinha! No caso em questão as coisas caem em cima de mim para que eu mexa com elas. E com você vai ser a mesma coisa. Até agora não sei como evitar isso...

d)      Autocombustão: Como diria o padre Quevedo: “Isso non eqxiste!”. Não mesmo. Eu tenho vontade de botar fogo nessa pitomba, por conta própria!

e)       O velho truque de virar a cabeça: Leitores, não tentei isso, ainda, mas do jeito que andam as coisas é uma alternativa. Tenho algumas idéias para colocar em prática, mas, basicamente, a técnica é vestir a camisa ao contrário (peça para alguém de confiança abotoar sua camisa), vestir a calça ao contrário e ao chegar ao serviço tire os sapatos e ande apenas no calcanhar, arrastando o sapato do lado contrário (esconda a ponta dos seus pés na barra da calça). Lembre-se, esse truque só dá certo com camisas de manga compridas! As pessoas vão sacar se seu cotovelo estiver do lado certo, portanto, cuidado! Se repararem na mão, diga que elas também viraram (nos dias frios use luvas ao contrário). Frases desconexas ajudam! Fale com firmeza. Diga que é uma língua morta qualquer: Aramaico é uma boa opção. Cuidado com o COBOL, pois tem gente que ainda entende essa. Garantia de licença! Nem que seja médica, para tratamento.

f)       Arrastar as correntes: Esqueça! Se tem uma coisa que os jogos da série Road Rash e o Mad Max me ensinaram é que correntes não foram feitas para serem arrastadas. Se tiver a chance saia com seu carro/moto e sua corrente. Ao encontrar seu chefe ou pessoas do grupo – aquelas que você tem mais “carinho e respeito” – gire a corrente e busque o pescoço/cabeça. Se você levar alguns amigos no carro gritando o riff da Cúpula do Trovão, dá uma plasticidade diferente: “Dois homens entram. Um homem sai!”. Um bom advogado faz a diferença nesse caso!

g)      A cena da risada sem razão: Se tem uma coisa que eu me lembro bem do Ash, em Uma Noite Alucinante (ou A Morte do Demônio, depende de quanto você assistiu esse filme), é a cena em que tudo na casa começa a dar risada dele. Ele não sabe o que fazer e começa a rir também. Ele ri até a margem do mais puro desespero. Não se preocupe. Se você leu esse texto até aqui – e assim como eu, está passando por problemas de Possessão Demoníaca de Projetos (as famosas PDP’s) - você não vai precisar fingir. É uma questão de tempo para você rir alucinadamente! Fala a verdade: Quantos Gerentes de Projeto que você conhece que são ou estão ficando carecas???


Se você ainda estiver rindo de alguma das referências acima, procure tratamento. Já pode ser tarde... The power of Christ compels you! The power of Christ compels you! The power of Christ compels you!



Um comentário:

Al Fear disse...

Vc deve lembrar de todo o trabalho que o/a anjo Gabriel teve para tentar reinar na Terra, em Constantine... Certamente, aquele planejamento todo eh coisa de PMBOK. Tinha data certa, riscos aceitos e mitigados, agentes, dependencias etc. E o mais legal de tudo: qdo o Tinhoso não QUER, não tem PMI que faça acontecer. Lição aprendida: qdo estiver indo pro saco, manda o dedo do meio pro Lú.