sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ataque Aéreo

Era uma vez, dois pernilongos, P1 e P2 (para fins didáticos, querido(a) leitor(a). Se quiser, deixe sugestões de novos nomes nos comentários), que voltavam às 7h da manhã de um inferninho – inferninho, pelo menos, para a pessoa que tentava dormir, mas era atrapalhada pelo zunido de um deles no ouvido, enquanto o outro esgueirava-se para um ataque surpresa no braço descoberto dessa pessoa... Infelizmente os pernilongos, hoje em dia, não respeitam mais nada! Uma pessoa cansada só quer dormir, quando muito estar na Felizlândia, com o Plucky Duck...

O inferninho era no Centro Expandido de São Paulo (centro expandido, sim!), próximo a região da Mooca, onde fica uma pequena Clínica de Fisioterapia. Embriagados pelo sangue da última noite e cansados do vôo, eles decidem pousar em uma das janelas:

P1: - Para... ARF... Para! Ta dando aquela câimbra...ARF... na lateral da barriga! A gente tá voando a muito tempo... Estou exausto!

P2: Eu falo pra você, ‘pega leve nesse sangue! Já tá tarde! Vai passar mal!’. Você escuta?

P1: Mas tava bom! Eu tava com fome! E vai dizer que você também não se esbaldou?

P2: Tá bom! Mas eu não tenho gastrite! Você com essa mania de perseguição, achando que todo mundo tá com uma dessas ridículas ‘raquetes elétricas’ verde-limão-fluorescente pra matar a gente, ficou assim: Gastrite Nervosa.

P1: Tá, me deixa quieto aqui na janela um pouco...ARF!

P2: Véi?! O Véi! Olhá lá, na maca!

P1: Credo! Esse tem muito colesterol, já to cheio!

P2: Nããooo, mas olha o gordinho! Tá engraçado! Vamô Sacanea o cara! A janela tá aberta! Olha que ridículo! A fisioterapeuta falou “Abraça as duas pernas e segura”. O bicho tá suando!

P1: E aí, o que a gente faz?

P2: Assim, primeiro eu entro, e fico perto do pé dele. Do jeito que ele está, deitado, de costas e com essa pança, eu podia ser um bugio que ele nem ia me ver! Aí eu subo no pé dele, assim que ele descer as pernas, só pra ver se ele sente...

Segundos depois...

P2: Falei! Ele não sabe se segura as pernas dobradas ou se coça o pé! Rá! Ele não sabe se a menina tá olhando pra ele ou não e tá com medo de parar o exercício!

P1: Peraí! Deixa eu tentar também! Vou picar ele no pé esquerdo...

P2: Ó o colesterol...

P2: Deu certo! Agora quando ele desce as pernas ele as desce de lado, pra ver se coça a picada na maca, sem ela perceber! Hahahaha!

P1: Vai mudar o exercício, vamos ver... Hummm, agora a perna fica dobrada sobre o joelho... Ele tá coçando, discretamente, a picada.

P2: Beleza! Vou aproveitar e picar o pé direito, já que são dez repetições, ele vai ter que esperar pra coçar o outro pé!

P1: Hahahaha, deu certo! Mesmo com a perna dobrada ele está tentando alcançar o pé direito! Hahahaha! Hilário! Perna dobrada sobre a outra e o gordinho se dobrando...ARF... Fiquei sem ar!

P2: Calma, senta um pouco aí e espera. Deixa ele coçar e pensar que venceu. Assim que mudar o exercício a gente pica ao mesmo tempo!

Minutos depois...

P2: A hora é essa! O exercício agora é segurar atrás do joelho e esticar a perna pro alto. Pega na panturrilha!

...

P1: HAHAHAHAHAHA! Olha lá a moça brigando com ele, que ele tem que deixar as costas inteira na maca! Ele nem falou nada que tá querendo se coçar! HAHAHAHAHAHA

P2: Ele tá se segurando pra não coçar! Sério que ele vai fazer o exercício inteiro?! HAHAHAHA... Vamos esperar que parece que tá acabando...

...

P2: Agora sim! O ‘pièce de résistance’. A Cereja do Bolo! Ela tá amarrando o pé dele na corda! Ele vai ter que ficar uns 5 minutos com os pés pro alto, calcanhares colados e joelhos pra fora! HAHAHAHA... Só a posição já é engraçada suficiente! HAHAHA

P1: Parece um peruzão gordo! Alguém devia aproveitar agora e rechear o gordinho pela buzanfa!!! HAHAHAHA... Dá uma cachaça pra ele!

P2: Rapaz! A perna dele tá tremendo! É agora! Chega por baixo da camiseta regata e pega ele bem na curvinha das costas! Carne macia e sem muita gordura! Ele não pode se mexer, vai ser muito engraçado!

...

P2: Para P1, ele tá tentando se mexer, com as pés amarrados! HAHAHAHA... Muito bom isso!

P1: Meu, que café! Vamô embora!”


E assim acabou mais uma sessão de RPG... Eu me coçando no banheiro, enquanto me trocava, e xingando esses pernilongos filhos de uma puta!

Claro que, assim que eu saí da clínica, abri o carro e fiquei me abanando - enquanto aquele cheeeeeiro de cebola e azeite, que vazaram do pote de carne louca, no carpete, no último fim de semana, subia pela rua.
  
Acho que ouvi os risos daqueles dois pernilongos filhos da puta... lá longe... na janela.

3 comentários:

Tere. disse...

Tem q reclamar na clinica, pq fazer exercício com pernilongo picando ninguém merece. rs

Al Fear disse...

Ele ainda não percebeu que as histórias dos mosquitos e da loira nazista estão conectadas? O uso de animais treinados para tortura já é antigo, desde os tempos de oldtimes.

Brenu S. disse...

Al Fear,

Tem razão! Isso é tão old-school! Eu devia ter notado o padrão!

Os Herculóides faziam isso na pré-história. Vide o barulho que aquele dragão chato do Zok fazia! Era uma tortura!

Para não falar em Babe, o porquinho e Lassie. (Mas o Benji era legal!rs)

Desculpe a falha.